Teoria Breve Sobre a Morte Mental
Neste texto pretende-se publicar uma nota teórica sobre a morte mental, com o objectivo de poder ser verificada.
O conceito de morte mental aqui utilizado refere-se à percepção do acto de morrer, considerando-se a morte não como sendo a inexistência de vida, mas o processo de morrer, ou seja, a passagem do estado de vida – ter vida – para o estado de morte – não ter vida. Exclui-se aqui a abordagem religiosa.
A morte é, normalmente, um acontecimento não planeado e resultante de uma quebra no estado normal do ser vivo, muito provavelmente resultante de doença, acidente ou outro tipo de situação similar.
Assim, do estado de vivo para o estado de não vivo processa-se a morte, e dentro deste processo encontram-se outros dois estados intermédios, que são os estados de consciente e de não consciente.
O estado intermédio não consciente é o mais próximo da morte, e pode-se definir em duas abordagens: não consciente em relação aos outros e não consciente em relação a si.
Quando uma pessoa morre, passa do estado de vivo, para o estado de não vivo/morto, mas antes de alcançar este estado pode-se encontrar em três estados mentais diferentes: consciente, não consciente de si, e não consciente em relação aos outros.
Estar não consciente de si é quando a pessoa perde a percepção do que a rodeia, e se morrer, isso acontece sem qualquer conhecimento da própria morte e, provavelmente, sem sofrimento.
Estar não consciente em relação aos outros é quando a pessoa não manifesta qualquer sinal – como no estado de coma, por exemplo – mas, se morrer, percebe tudo o que se passa em seu redor, até morrer.
Estar consciente é quando a pessoa tem conhecimento de tudo o que se passa, e se morrer, tem percepção de tudo o que lhe acontece, até morrer.
Nos dois últimos estados, a pessoa, ao morrer, percebe o que lhe acontece, sendo que num pode-se manifestar e no outro não. E nos dois primeiros estados a pessoa não se pode manifestar, sendo que num percebe o que lhe acontece e no outro não.
Após se morrer, seja qual for o processo, não há retorno. No entanto, se não se alcançar o último momento do processo da morte, pode haver retorno, e regressar à vida – sendo que o regresso só é possível porque o processo não terminou.
As pessoas que estão inconscientes regressam à vida como se acordassem de um sono. Mas as pessoas que estão conscientes regressam à vida como acordassem de um sonho. Tal é o estado que a sua consciência alcançou ao aproximar-se da morte. O famoso túnel de luz, que a pessoa que passa por uma experiência destas relata, apenas será o fim do processo, que consiste na morte em consciência, quando a consciência se está perder, de forma irreversível.
Sá Lopes, 28 de Abril de 2007
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