Abençoada Crise
Alguém pensaria que era possível vivermos sempre, e cada vez mais, a crédito?! É que se assim fosse chegaríamos ao ponto de vivermos com o dinheiro que os nossos descendentes iriam pagar, daqui a anos, e passaríamos a nascer todos já com grandes dívidas.
A economia funciona num espaço temporal limitado. Empresta-se hoje para se receber – mais – amanhã. Ninguém empresta para não receber em tempo útil. Tal como nada serve
uma fortuna que só se vai herdar depois da morte.
É tempo de aprendermos a viver com aquilo que temos e não com aquilo que pensamos que podemos ter. É tempo de aprender a saber gerir o nosso dinheiro e deixarmos de viver com dinheiro que não é nosso. É tempo de sabermos dizer não a milhões de coisas que consumimos mas que na realidade não nos fazem falta.
É tempo de sermos saudáveis. De não comprarmos tudo o que nos aparece e que nos é proposto.
Milhões de fábricas trabalhavam em grande velocidade a produzir coisas que compramos sem precisar com dinheiro que não é nosso. Milhões de pessoas trabalhavam a correr para ganhar mais dinheiro para pagar mais coisas que compravam e que só as prejudicavam.
Televisões, telemóveis, consolas, óculos do sol, fast food, piscinas, ginásios, medicamentos, produtos de beleza, cartões de crédito, móveis, automóveis, casas de férias, viagens… Tudo isto pode parecer muito bom mas na maior parte só nos prejudica. Para não falar do mal que fazemos ao viver stressados com o trabalho e com as dívidas.
É tempo de repensar os nossos objectivos. De pensarmos no nosso bem real e não no nosso bem aparente – de consumismo – que só beneficia os outros. É tempo de sermos saudáveis com a simplicidade das nossas terras, dos nossos amigos, da nossa família, do nosso tempo livre, da nossa saúde e do nosso ambiente.
Cada coisa que vamos deixar de comprar com a crise, é cada uma com a qual contribuímos para o nosso bem e para o bem dos outros e do planeta. Os recursos do nosso planeta também se esgotam como se esgotou o dinheiro. Porque os gastamos de forma tão abrupta que não permitimos que se renovam.
Ainda bem que o dinheiro acabou para assim pouparmos o ambiente e a saúde. Ainda bem que foi a economia a decretar os limites à nossa fome de recursos da terra, para assim podermos viver mais uns anos, uma vez que pela nossa mente insaciável não conseguíamos parar de a absorver. Alimentos, plásticos, papel, fibras, energias… de onde vem tudo?!
Abençoada crise, para bem do ambiente, e de uma vida saudável!...
sábado, outubro 18, 2008
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