O Partido Socialista e as Eleições Presidenciais
O Partido Socialista é o maior partido português. É a
organização social e política maior e mais bem estruturada. Tem história, tem
regras, tem estatutos e tem princípios. É o garante da democracia e da
liberdade. No poder ou na oposição, é e foi determinante na história recente de
Portugal. Provocou o 25 de abril, e desde aí esteve sempre na maior parte dos
lugares políticos e de governação de Portugal.
No entanto, quando se trata do lugar maior, o lugar de
Presidente da República, o Partido Socialista não se consegue organizar, e
falha nas eleições presidenciais. Aconteceu com Salgado Zenha, aconteceu com
Mário Soares e Manuel Alegre, e aconteceu com Maria de Belém.
Maria de Belém, figura incontornável no PS, militante de
base que sempre esteve presente em lugares de destaque da política nacional,
incluindo duas vezes ministra, candidatou-se a Presidente da República, e o
partido não a apoiou.
Sampaio da Nóvoa, que nunca foi pública, assumida e
declaradamente socialista, candidatou-se a Presidente da República, e o Partido
Socialista, apesar de não lhe declarar oficialmente apoio, esteve sempre
presente na sua candidatura, apoiando-o oficiosamente.
Como se justifica que uma pessoa que sempre dedicou a sua
vida à causa socialista não beneficie disso, e por outro lado, quem nunca o fez
seja pessoalmente beneficiado por esta enorme estrutura organizacional!? Não se
justifica. É o grande erro do PS.
Será que o Partido Socialista menospreza o lugar de
Presidente da República, o lugar maior da política portuguesa?! Não faz
sentido.
Por isso, eu proponho:Dois anos antes das Eleições Presidências todas as federações do PS, após ouvir todas as concelhias e secções, entregariam à comissão nacional uma lista dos nomes presidenciáveis pelo PS. A comissão nacional criaria assim uma lista dos dez, ou vinte, nomes mais indicados, que devolveria a todas as federações para que se realizassem eleições internas com o voto de todos os militantes.
Caberia ao Presidente do Partido, após esses resultados,
convidar o nome mais votado para ser o candidato do PS a presidente da
Republica. Se este pessoalmente não estivesse disponível convidaria o seguinte
da ordem da eleição, até se encontrar um candidato disponível.
Para que um ano, ou ano e meio, antes das eleições, todos os
socialistas soubessem quem iria ser o seu candidato, e por outro lado, o
candidato soubesse que iria ser apoiado pelo partido.
Seria o compromisso. A regra a criar. E a cumprir.
E acabava-se de vez com esta indecisão de se saber quem se
deve ou não deve apoiar, e assim entregar o lugar maior da política portuguesa
aos nossos opositores, porque, internamente, não conseguimos organizar-nos nem
usar a forte estrutura que temos para caminharmos todos num único sentido, o da
vitória. Viva o PS. Militante 96483
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