Artigo-provocação
Meta-o na boca e chupe!
“Há uma coisa que é redonda, comprida, e com a ponta vermelha, que você, com muito cuidado, abre o lugar onde esta se encontra e tira-a para fora com os dedos, sem machucar, e depois, mete-a na boca, e chupa-a. Chupa-a até não poder mais. E isso dá-lhe muito prazer! Você gosta tanto de o fazer que o faria em qualquer lugar, e está sempre à espera de uma oportunidade para o fazer. Porque da ponta dessa coisa redonda, comprida e com a ponta vermelha, sai outra coisa, que entra pela sua boca, e esse entrar e sair sabe-lhe muito bem e deixa-o muito satisfeito!...”
Este seria o texto que eu sugeriria se me fosse pedido para participar numa campanha anti-tabaco. Porque defendo que uma campanha para ter efeitos nas pessoas alvo a quem é dirigida deve tocar em aspectos que os afecte de forma subliminar e não directamente.
Senão vejamos, a campanha onde é usada a expressão “fumar mata” é excessivamente explícita, e por isso não provoca o efeito desejado. Realmente “fumar mata”, mas conduzir mata muito mais, até trabalhar mata mais que fumar!
Agora, se sempre que uma pessoa acendesse um cigarro, estivesse presente a ideia, nessa pessoa ou nas pessoas próximas dela, que aquele acto se assemelha muito do acto sexual oral masculino – felação – e este acto se pratica com muito pudor, e na maior parte das vezes mais para obter segundas recompensas do que propriamente por prazer, provavelmente tal pessoa pensaria melhor antes de acender o cigarro.
Por um lado provocaria um efeito social. E não há efeito mais eficaz que o provocado socialmente. Os outros olharem, comentarem, ou imaginarem que o fumador faz o mesmo que faz o praticante de sexo oral masculino… E quantas provocações ou graças não se poderiam criar a partir daqui, sabendo que a brincar se vão dizendo coisas sérias, criando reacções nas pessoas alvo da graça, e atenuando a provocação directa.
Por outro lado provocaria um efeito psicológico. O próprio fumador ao fazer o mesmo emparelhamento de ideias, reagiria de acordo com as suas concepções mentais sobre os dois actos. E só quem realmente gostasse de praticar sexo oral em homens não colocaria aqui qualquer obstáculo.
Registe-se que não há aqui qualquer condenação pessoal aos fumadores. Estes estão inclusive a ser vitimas de discriminação - de alguma forma semelhantes a muitas outras camadas sociais – por lhes serem retirados direitos adquiridos, pois podiam fumar em qualquer lugar e deixaram de poder. Mas terão que ser os próprios a defender os seus interesses.
Registe-se também não haver aqui condenação para aqueles – ou aquelas – que gostam de praticar sexo oral – principalmente aquelas… - inclusive já tive um autocolante no vidro do carro a dizer “sorria, é a segunda melhor coisa que pode fazer com os seus lábios”.
Sá Lopes
5 de Abril de 2006